SIT

1 – INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO INVENTIVO SISTEMÁTICO

Este é nosso o primeiro tutorial sobre o PENSAMENTO INVENTIVO SISTEMÁTICO, ou SIT, onde a condição do Mundo Fechado nos coloca em rota de colisão com a nossa rigidez do pensamento para inovar.

Trata-se de um método estruturado e simplificado da TRIZ, que pode ser agregado a seus métodos tradicionais geralmente mais extensos, complexos e de difícil assimilação pelo iniciante.
Observemos cuidadosamente a Figura 1.1 abaixo, que será repetida, com variantes e segundo os princípios discutidos em cada lição, em todos os outros posts de módulos que a este se seguirão.
SIT figura

Figura 1.1 – Estrutura da Metodologia SIT, mostrando que a FORMA do produto (ou serviço) antecede à FUNÇÃO. A figura foi traduzida e adaptada para o Português por Bruno Cavalcante

A SIT não só adaptou as ideias do engenheiro soviético Genrich Altshuller expostas em TRIZ, como também inverteu o universo de sua abrangência.

De fato, enquanto que a TRIZ se ocupa em pesquisar exemplos e procedimentos criativos em um universo de milhões de patentes relativamente a seus potenciais de inovação, a SIT, ao contrário, busca encontrar soluções para os problemas olhando para “dentro da caixa”, isto é, nas vizinhanças do produto ou processo existentes em uma empresa.

Esta é uma diferença fundamental entre as duas metodologias citadas, e o que faz da SIT uma técnica importante no ensino e transferência de conhecimentos em Inovação Sistemática: o fato de que soluções inventivas podem, muitas vezes, serem obtidas de propriedades em comum, presentes em produtos e processos.
Os esforços por inovar concentram-se em soluções não sobre o que as faz diferentes, mas nas relações estruturais ou de projeto que as identificam, que podem ser encontradas naquilo que a empresa já produz.

A SIT opera com duas áreas principais da criatividade (1):

  • Elaboração de novas ideias e
  • Resolução de problemas

1.3 – A abordagem estruturada da SIT

Na década de 1970, pesquisadores no campo da Psicologia Cognitiva procuraram estabelecer um critério quantitativo para medir a criatividade.

Uma pessoa criativa foi definida como sendo alguém com um Q.I. (Quociente de Inteligência) capaz de gerar um grande fluxo de ideias (2).
Com isto, procurava-se medir a taxa de ideias boas ou más por unidade de tempo. Uma taxa elevada era então considerada uma indicação de criatividade desta pessoa.

Existem vários endereços que disponibilizam testes de QI gratuitos na Internet, dentre eles o site maisinteligente.com.br, que pode ser consultado pelos interessados.
 Segundo http://www.testeqi.com.br/, 

“O QI (Quociente de Inteligência) é um valor obtido através de testes de raciocínio lógico, que estressam o cérebro com questões feitas especialmente para utilizar toda a capacidade cognitiva de uma pessoa”.

A tabela abaixo registra valores de QI para vários níveis encontrados em testes, a saber: 

QI Descrição % da População
130+ Muito elevado 2.2%
120–129 Elevado 6.7%
110–119 Média elevada 16.1%
90–109 Inteligência média 50%
80–89 Média baixa 16.1%
70–79 No limite inferior 6.7%
69 e abaixo Extremamente baixa 2.2%
Tabela: DESCRIÇÃO DOS QUOCIENTES DE INTELIGÊNCIA – Ref.: https://www.edubloxtutor.com/iq-test-scores/ 

Esta abordagem levou a uma série de métodos para reforçar o desenvolvimento da criatividade de uma pessoa com base no pressuposto de que um aumento quantitativo de suas ideias iria necessariamente provocar uma melhoria qualitativa em seu trabalho.

Métodos amplamente conhecidos como Brainstorming, Synectics, Estimulação Aleatória e Pensamento Lateral (identificado com Edward de Bono) podem ser atribuídos a esta visão e, mesmo com a pouca estruturação que apresentam, são complementares dos métodos SIT ASIT (Accelerated SIT, uma forma de ensino da SIT) e TRIZ, que não os desprezam de um modo geral.
Estudos mais recentes, entretanto, revelaram a necessidade e importância de se considerar abordagens mais estruturadas em vários métodos inventivos, dentre eles a SIT.

Estas metodologias tem mostrado que a principal dificuldade enfrentada pelos solucionadores de problemas decorre do fato de que a maioria dos métodos tradicionais para inovar utilizados por eles não estão gerando uma grande quantidade de ideias ou soluções porque ou chegaram praticamente a um ponto de exaustão ou forçam a realização de investigações em um amplo universo de possibilidades criativas. (3), (4)

O conflito existente entre quantidade e qualidade parece ser verdadeiro, e métodos de inovação recentes tem procurado conciliar alguns destes pressupostos, em que a escala de produtos e serviços de alta qualidade tem aumentado.
Muitos pesquisadores em Inovação Sistemática, como Larry Keeley, autor do livro “Dez Tipos de Inovação“, afirmam que o grande fluxo de ideias como característica do processo de divergência do pensamento usada no Design Thinking não conduz necessariamente à criação de soluções originais e, ainda, de que a própria ocupação com ideias comuns pode prejudicar a criatividade e a atuação do pensamento inovador. Estas descobertas levaram a uma nova abordagem que sustenta que os resultados originais e interessantes resultam de pensamento organizado e processos estruturados em vez de apenas a geração aleatória de ideias.

Uma das características do pensamento organizado é um estado de “baixos estímulos”, livre de uma grande quantidade de ideias. Nesta abordagem, a originalidade substitui a quantidade como critério dominante que, uma vez organizada ou estruturada para a geração de ideias, é o ponto de partida para utilização do Pensamento Inventivo Sistemático, SIT. (5)

1.4 – Herança da TRIZ

Procuremos nos aprofundar nos conceitos expostos no início deste módulo.

A SIT é uma metodologia descendente do trabalho de Genrich Altshuller, engenheiro Russo que analisou em sua época mais de 200.000 patentes para identificar os 40 Princípios Inventivos comuns de sua fórmula única destinada a inventar, denominada TRIZ.
A principal descoberta de Altshuller foi que soluções criativas procuram sempre incorporar a eliminação de um conflito no estado inicial do problema. Um conflito é um estado onde um determinado parâmetro deve ser alterado a fim de se obter algum benefício, mas sua alteração provoca a deterioração de outro parâmetro importante. Rotinas de concepção técnica lidam com esta situação, procurando um compromisso de “melhor ajuste” e, por este meio, encontrar aquele que maximize a utilidade e minimize o impacto negativo de uma configuração específica da variação dos parâmetros de entrada disponíveis.

Altshuller e seus colaboradores descobriram que os conflitos técnicos da engenharia poderiam ser indexados de acordo com o tipo de parâmetros envolvidos (39 parâmetros de engenharia comuns foram inicialmente definidos).
Examinando inúmeras invenções em bancos de patentes e diversos produtos, foi possível associar a cada conflito um conjunto de possíveis sugestões ou estratégias sobre como abordar a solução para o problema e superá-lo.

Inicialmente, três tipos de indicações foram utilizados: princípios, padrões e efeitos físicos. Há 40 princípios; cada um deles podendo auxiliar na solução do problema mediante a definição de estratégias de alto nível para resolvê-lo.
Há 72 padrões, que são ideias mais elaboradas com base nas soluções utilizadas no passado.
Em TRIZ costuma-se fazer uso também de uma base de conhecimentos de aproximadamente 936 efeitos físicos e químicos contendo aproximadamente 19.693 formas de os utilizar, indexados de acordo com as funções que cada efeito pode produzir. (Cf. TRIZ for Engineers, GADD, Karen e https://www.triz.co.uk/how/triz-effects-database).

 1.5 – Surgimento da SIT, Systematic Inventive Thinking

Durante os anos 1970, alguns especialistas no pensamento estruturado voltado para Inovação e Criatividade deram início a pesquisas sobre se não poderiam reduzir o vasto número de conceitos e métodos pertinentes à TRIZ
Como parte marcante deste processo, um dos alunos de Altshuller, Ginadi Filkovsky, imigrou para Israel e foi trabalhar na Open University em Tel Aviv.
Ali ele começou a ensinar TRIZ, adaptando a metodologia às necessidades de  companhias israelenses e internacionais de alta tecnologia.

Um grande número de acadêmicos importantes foi envolvido nesta pesquisa.
Dois estudantes de doutorado, Jacob Goldenberg e Roni Horowitz, (6) se juntaram a Filkovsky, concentrando suas pesquisas no esforço de desenvolvimento e simplificação da TRIZ.

pen University - Israel

Figura 1.2 – Campus da Open University, em Israel, onde a SIT foi desenvolvida.

O seu trabalho serviu de base para o método SIT como existe hoje. Ambos os métodos, tanto SIT como TRIZ, compartilham um pressuposto básico – de que podemos estudar ideias criativas existentes em um determinado campo, identificar padrões lógicos comuns nessas ideias, traduzir os padrões em um conjunto de ferramentas de pensamento e, em seguida, aplicar essas ferramentas de pensamento para gerar novas ideias criativas.

Apesar das semelhanças, a SIT difere fortemente da TRIZ em vários aspectos importantes, que têm a ver principalmente com a sua aplicação prática. (7)

1.6 – De TRIZ para SIT

A passagem da TRIZ para SIT foi motivada pelo desejo de se criar um método que fosse mais fácil de aprender e de reter (conseguido através de um menor número de regras e ferramentas), mais universal na sua aplicação (conseguido através da eliminação de ferramentas de engenharia específicas) e mais restritivo em abrangência ou escopo, mantendo o solucionador de problemas dentro de uma Estrutura Inventiva Real (o Princípio do Mundo Fechado, “Inside the Box”).

Drew Boyd, um dos autores de um dos livros mais importantes em SIT, “Inside the Box”, mostra-nos como trocar um pneu furado do carro em que os parafusos estão emperrados e a chave de roda não consegue destravá-los como normalmente se tenta. Fazendo uso dos instrumentos de que dispõe (hipótese do “mundo fechado”), o próprio macaco é usado para alavancar a chave de roda e assim soltar a porca para destravar o pneu.

chave de roda

Figura 1.3 – Ilustração de como usar o macaco para afrouxar uma porca enferrujada e liberar o pneu.

A TRIZ também favorece a utilização dos recursos existentes para a resolução de um problema. Mas em contraste com SIT, este princípio está disperso em torno do método, podendo muitas vezes ser encontrado no princípio básico relativamente ao conceito de Resultado Final Ideal (“O sistema é melhor quando não existe um sistema” – Altshuller).

Inside the Box

 

 

 

Figura 1.4 – Ref. Inside the Box: A Proven System of Creativity for Breakthrough Results, uma das fontes de consulta utilizadas neste tutorial.
Autores: Drew Boyd and Jacob Goldemberg, Ed. Simon & Schuster, 2012.

Em SIT, seus principais idealizadores, Roni Horowitz e Oded Maimon (1997), estabeleceram duas grandes diferenças em relação a TRIZ:

  • A evolução para o RESULTADO FINAL IDEAL foi substituída pelo MUNDO FECHADO;
  • A RESOLUÇÃO DE CONTRADIÇÕES foi substituída por uma MUDANÇA QUALITATIVA;
  • Os 40 PRINCÍPIOS da TRIZ foram COMBINADOS e SUBSTITUÍDOS por apenas CINCO FERRAMENTAS provocativas de IDEIAS;
  • Foram ELIMINADOS os demais elementos da TRIZ não utilizados.

Assim, as condições de Mundo Fechado (MF) do produto ou serviço, e o objetivo de se alcançar uma Mudança Qualitativa (MQ) se tornaram os princípios mais importantes, e o primeiro passo para sua utilização para resolver um determinado problema foi definir sua situação, o “mundo fechado” em que se encontra.

Uma vez definido, o solucionador de problemas saberá que todos os blocos de construção para a solução estarão ali na sua frente e que a solução irá requerer simplesmente a reorganização dos objetos existentes.
Isso adiciona grande foco e energia para o método.
Ele também pode muitas vezes transformar o problema real em um quebra-cabeça divertido.

1.7 – Cinco Ferramentas de Raciocínio

As CINCO FERRAMENTAS que serão estudadas (Figura 1.1), são, pela ordem:

  1. Subtração ou Redução
  2. Divisão
  3. Multiplicação
  4. Unificação de Tarefas
  5. Dependência de Atributos

Fonte: http://drewboyd.com/systematic-inventive-thinking/

1.7.1 – Subtração ou Redução

Trata-se de remover um componente essencial de um produto e encontrar utilizações para o arranjo recentemente imaginado dos componentes existentes. Este arranjo abstraído é conhecido como um ‘produto virtual’.

As regras são:

  1. Listar componentes
  2. Retirar um componente essencial de um produto
  3. Imaginar o produto resultante
  4. Perguntar sobre quem usaria ou se beneficiaria deste produto.

Exemplo 1: Aspirador de Pó por meio de ciclone

aspirador - corte Aspirador - inteiro

Figura 1.5 – Acima, um ciclone da Dyson, empresa líder na fabricação de aspiradores de pó. Seu eficiente projeto contempla uma invenção que levou à retirada do saco coletor de poeira tradicional e reduziu substancialmente o número de componentes do produto, deixando os concorrentes virtualmente “a comer poeira”.

Exemplo 2 – Simplificação, por meio da redução de componentes visíveis, de um painel de automóvel

Painel Audi

Figura 1.6 – Interior do Audi Q3, modelo 2015 em diante.

O painel retrátil do sistema multimídia e do navegador resultam em um interior limpo e sem excessos. Uso do Princípio da Subtração, contrastando com painéis de outros veículos de mesma categoria.

EXEMPLO 3 – OBJETOS SEM PÉS

Remover um componente essencial de um produto e encontrar utilizações para o arranjo recentemente imaginado dos componentes existentes é uma tarefa nem sempre simples como parece ser, em objetos resultantes de aplicação da SUBTRAÇÃO.
De fato, um arranjo abstraído de determinados componentes, muitas vezes de importância essencial para que o produto possa ser utilizado normalmente e conhecido como ‘produto virtual’, uma vez analisadas as suas novas conformações, é posto em prova segundo a viabilidade de fabricação e aceitação pelo mercado: se aprovado, então “vamos em frente”: um novo produto, resultado de uma inovação sem precedentes, poderá alavancar os negócios da empresa.

Os exemplos a seguir ilustram alguns resultados práticos obtidos através do uso da subtração.

3.1 – Taças de vinho sem haste

Riedel, The Wine Glass Co. colocou no mercado uma linha de taças de vinho de cristal que não tem pé, mas é “cabeça”. É um novo modelo da marca austríaca, que está no mercado desde 1756. 

Taças sem haste

3.2 – Subtraímos os pés das cadeiras e… O que restou?

Como imagens valem mais do que mil palavras, eis algumas respostas para você se inspirar:

cadeira sem pesFig. 1.8 – Cadeiras marca Crazy Creek, começaram a ser fabricadas há mais de 25 anos atrás. Elas podem ser levadas a qualquer lugar como uma mochila nas costas e tem sido escolha preferida de muitos aventureiros pelo mundo.
$ 48.50 (unidade) no site do fabricante,

http://www.crazycreek.com/original-chair/

As cadeiras da marca Crazy Creek são ótimas para levar às arquibancadas onde não existam assentos, como nos campos de tênis e em campos de esportes onde não haja cadeiras, ou mesmo à praia ou em um churrasco ao ar livre.

3.3 – Na hora do lanche, uma mesa sem pés

Poderíamos pensar em uma mesa rente ao chão, como aquelas usadas nos rituais do chá no Japão, mas não precisa ser assim. Aqui mesmo entre nós, com a contribuição de um arquiteto inspirado, mesas sem pés são comuns em projetos de interiores:
mesa engastada

 

 

 

Fig.1.9 – Mesa sem pés – Fonte: Flicker.com

O conceito de SUBTRAÇÃO ainda nos anima a projetar uma cadeira que se ajusta à mesa, sem requerer nenhum outro mobiliário auxiliar, para que o bebê possa nela se assentar junto aos adultos.bebê

 

 

 

Fig. 1.10 – À esquerda, cadeirinha sem pés para o bebê, outra sugestão proveniente do emprego do conceito de SUBTRAÇÃO. Fonte: Mercado Livre.

3.4 – Veículos em que o macaco e o sobressalente são desnecessários

Alguns modelos da BMW, como o sedan 320i, já saem da fábrica com pneus Run-flat, da Bridgestone.
Este pneu emprega uma tecnologia de SUBTRAÇÃO inovadora: sem câmara, o próprio pneu fornece as condições de rodagem sem problemas para o motorista permitindo, em caso de avaria, rodar ainda vários quilômetros até chegar em casa ou em uma oficina com tranquilidade.pneu Bridgestone

 

Fig. 1.11 – Corte detalhado do pneu Run-flat da Bridgestone usado no BMW: cinta especial no centro de cada roda é fixada ao aro, o que evita rodar com o pneu furado e danifica-lo.
Fonte: Pense Carros.

A tecnologia do pneu Run-flat permite que um veículo rode por mais 80 quilômetros, mesmo com o pneu furado, a uma velocidade de 80 km/hora, sem esmagar as laterais do pneu sem a necessidade de troca imediata. A possibilidade de risco de avarias à roda ou à suspensão é praticamente zero, visto que reforços de borracha nas laterais internas e no talo impedem que roda seja danificada. Fonte: Pense Carros.

1.7.2 – Divisão

Regras básicas:

  1. Listar os componentes do produto ou serviço.
  2. Dividir os componentes ou fisicamente ou funcionalmente, ou mediante preservação das características do todo.
  3. Imaginar o produto resultante.
  4. Perguntar: “Quem irá se beneficiar deste produto? ”

Em resumo, deve-se procurar dividir o produto e / ou seus componentes e reorganizá-los para formar um novo produto. O uso deste princípio força a consideração de estruturas diferentes, ou ao nível do produto / serviço como um todo, ou ao nível de um componente individual. Dividir um produto em vários de seus componentes nos dá a opção para reconstruí-lo em muitas novas formas – o que aumenta os graus de liberdade para trabalhar com a situação.

Por exemplo, poderíamos citar o caso de um fabricante de cadeiras para escritórios que, por meio de uma visão “explodida” de seu produto principal, pode solicitar a uma equipe de profissionais em inovação encontrar um outro uso para este mobiliário, como por exemplo a sua adaptação para deficientes físicos ou como uma cadeira de consultório odontológico, visando buscar novos mercados para a empresa.

Cadeira Explodida

Figura 1.12 – Uma cadeira comum de escritório e seus componentes: ampliando a base de apoio para os pés e alterando a articulação para melhor flexibilizá-la até chegar a ficar horizontal.

Assim, seu fabricante pode, com pequenas alterações, abrir novos mercados para este produto, como destinar-se a uma atividade simples de relaxamento ou a um consultório médico, odontológico ou clínicas especializadas. Imagem: https://www.behance.net

Este princípio está presente já há alguns anos no brinquedo LEGO, que resistiu à invasão dos brinquedos elétricos Chineses, devido ao caráter de inventividade e variações de montagem que proporciona às crianças e até mesmo a adultos. Criado pelo dinamarquês Ole Kirk Kristiansen, é fabricado em escala industrial em plástico injetado desde 1934, popularizando-se desde então em todo o mundo.

1.7.3 – Multiplicação ou Substituição

As regras, que podemos imaginar até derivadas da análise feita no produto precedente, são:

  1. Encontrar um produto e listar todos os seus componentes. Multiplicar ou criar uma cópia de uma de suas partes.
  2. Alterar este componente assim escolhido de alguma maneira.
  3. Imaginar o produto resultante.
  4. Perguntar: “Quem irá usar ou se beneficiar deste produto?“

Em resumo, deve-se adicionar a um produto um componente do mesmo tipo que um já existente.
O componente adicionado deve ser alterado de alguma forma. As duas palavras-chave para esta ferramenta são: 1) mais e 2) diferente.

Estes representam as duas fases de aplicação do instrumento: 1) adicionar mais cópias de algo que existe no produto e 2) alterar essas cópias de acordo com algum parâmetro.

Exemplo 1 – Patins: aplicações mudam, mas função permanece

patins 1  patins 2

Fig. 1.13: Patins para o gelo e para pisos normais, um exemplo de SUBSTITUIÇÃO em SIT.

Exemplo 2 – Retroescavadeira

retroescavadeira

Figura 1.14 – Retroescavadeira multifuncional. Basta um implemento para ela realizar funções inimagináveis. Essa capacidade de ser multifuncional é o que define a retroescavadeira da JCB como um dos maiores sucessos de vendas da empresa. A máquina é hoje uma espécie de canivete suíço do mundo da construção.

1.7.4 – Unificação de tarefas

Atribuir uma tarefa nova e adicional para um recurso existente. Culturas menos abastadas são mais propensas a adotar a mentalidade de tarefas de unificação. Por exemplo, os beduínos usam camelos para um número de diferentes tarefas: transporte, moeda, leite, pele para tendas, sombra, proteção contra o vento, fezes de camelos para acender fogueiras, etc. As sociedades mais prósperas tendem a descartar recursos.

monotrilho SP

Figura 1.15 – Integração e unificação de transportes em São Paulo, por meio de monotrilho, solução de custo inferior ao metrô.

Entretanto, não especificamente em culturas atrasadas, transportes coletivos como metrôs, trens suburbanos e ônibus em vias de alta velocidade e estações de transferência, procuram obter integração e unificação, visando flexibilidade e economia nos transportes.

Em São Paulo, o monotrilho usado para esta integração, além de ser construtivamente mais econômico do que construir vias subterrâneas (metrô) interligadas, é um dos princípios mais evidentes das tarefas de unificação nos serviços públicos de transporte.

1.7.5 – Dependência de Atributos

Criando e dissolvendo as dependências entre as variáveis ​​de um produto:

A Dependência de Atributo trabalha com variáveis, em vez de componentes. Variáveis ​​são fáceis de identificar como aquelas características que podem mudar dentro de um produto ou um componente (por exemplo, cor, tamanho, material, relacionamento entre eles). As regras são:

  1. Determinar o cenário de um produto e listar todos os componentes principais do sistema (produto, usuário, Ambiente circundante ou imediato).
  2. Listar todas as características de todos os componentes principais (partes não).
  3. Tomar um componente de uma lista e emparelhar este componente com cada característica da outra lista.
  4. Imaginar que uma das características muda quando alguma coisa sobre a outra característica muda.
  5. Imaginar o potencial do outro produto – Pergunte: “Quem irá usar ou se beneficiar deste produto? “

Abaixo, uma visão inovadora da Dependência de Atributos entre os diversos países e a população mundial.

Tomou-se o Mapa Mundi e sobre ele integrou-se o atributo “População Mundial”.

Mapa Mundi.jpg

Figura 1.16 – A técnica de Dependência de Atributo em um Mapa Mundi em que o tamanho de cada país é proporcional à sua população. Fonte: Innovation in Practice (Visita em 12-05-2015)

1.8 – Princípios

1.8.1 – O Mundo Fechado – Pensando dentro da caixa

A condição do Mundo Fechado é crucial para a metodologia da SIT. O primeiro passo na utilização da SIT é definir o problema do mundo fechado.

A condição do Mundo Fechado lida com as semelhanças entre soluções bem-sucedidas já adotadas para o problema e examina soluções alternativas dentro do escopo do problema.
A condição estabelece que, no desenvolvimento de um novo produto – ou ao abordar um problema – deve-se utilizar somente os elementos já existentes no produto / problema, ou no ambiente imediato. Esta condição nos obriga a contar com recursos já à nossa disposição, em vez de “importar” novos recursos externos para a solução.

A condição do Mundo Fechado muitas vezes provoca resistência, uma vez que contraria algumas das intuições mais comuns sobre o pensamento criativo, especialmente a noção onipresente de “pensar fora da caixa”, também comum a certos métodos que estão associados à Inovação Aberta, que tem como um de seus principais artífices o Prof. Henry Chesbrough, professor e diretor executivo no Centro de Inovação Aberta da Universidade de Berkeley e chairman do Centro de Open Innovation – Brasil.

A alegação essencial de “pensar fora da caixa” é que, a fim de produzir ideias que sejam novas e diferenciadas, precisamos nos movimentar de alguma forma para além de padrões de pensamentos normais, para um universo localizado fora da caixa metafórica. A condição do Mundo Fechado, pelo contrário, obriga o especialista ou analista do sistema a encontrar uma solução criativa em um universo restrito, fortemente limitando o espaço de possibilidades, característica essencial da SIT.

Desde que o escopo de possibilidades é artificialmente limitado, não há escolha, mas deve-se reconsiderar as relações entre elementos encontrados dentro do problema e prestar mais atenção a eles: sua disposição no espaço e no tempo; às respectivas funções e sua necessidade. Assim, a condição do Mundo Fechado nos coloca em rota de colisão com a nossa fixidez, o que nos permite chegar a soluções que são inovadoras (diferentes do habitual) e simples, uma vez que são tomadas com base em elementos já existentes e conhecidos.

1.8.2 – Mudança qualitativa

O princípio da Mudança Qualitativa dita que soluções podem ser encontradas onde o elemento principal do problema ou variável na situação existente é ou totalmente eliminado ou que este elemento tem suas funções revertidas.
Em outras palavras, um elemento problemático numa situação é neutralizado, por isso, já não apresenta um obstáculo. Este também pode ser o caso em que o elemento problemático se torna um fator positivo chave; a situação é “invertida”, a desvantagem se transforma em uma vantagem.
Existe aqui correspondência com o Princípio Inventivo de No. 13 “The other way around” ou Princípio da Inversão, dentre os 40 princípios para Inovação em TRIZ.

1.8.3 – Função Segue a Forma

Um termo cunhado por Ronald Finke, “Função Segue a Forma” (Refira-se à Figura 1) é muitas vezes considerado um retrocesso no processo em que o ponto de partida para pensar em novas ideias é a base dos recursos existentes, em vez de necessidades específicas que foram identificadas no mercado.

Estas necessidades, no entanto, nunca são ignoradas – elas são simplesmente introduzidas numa fase posterior. O processo começa com um produto já existente (ou serviço), continua com sua manipulação sistemática para criar o que se chama em SIT um ‘produto virtual’ (a Forma) e só então é investigado se satisfaz as necessidades dos clientes existentes ou potenciais (a Função).
O princípio de que “Função Segue a Forma” é aplicado como uma estrutura abrangente, um arcabouço, para que se possa concentrar em ferramentas de pensamento de aplicação da SIT propriamente ditas.

Quando o iPhone foi lançado não foi dada ênfase nele ser usado como um leitor eletrônico de livros. Mas quando o iPad foi lançado quase três anos depois, aí sim, esta função foi criada por ele ter um formato mais próximo de um livro. Com esta aplicação, mormente para os leitores que baixam e usam o aplicativo Kindle da Amazon a custo zero, adquirir o leitor em hardware da mesma empresa se tornou desnecessário, uma autofagia consciente praticada pela Amazon.

kindle

 

 

 

 

Figura 1.17 – Leitor digital Kindle da Amazon, que se tornou desnecessário após o leitor virtual para livros ter sido distribuído gratuitamente pela empresa.

1.8.4 – Caminho de Maior Resistência

Na natureza, a água que corre abaixo em uma montanha sempre seguirá o caminho de menor resistência – o caminho mais fácil. No pensamento, também, nossas mentes tendem a tomar o caminho de menor resistência – essas avenidas de trânsito livre de ideias que nos são mais familiares, que caracterizam com fartura de exemplos nossa inércia mental. Assim fazendo, é difícil chegar a ideias novas para nós ou para os nossos concorrentes.
A SIT incentiva uma abordagem inversa para inovar: a adoção do caminho contra intuitivo – o caminho de maior resistência.

1.8.5 – Fixidez Cognitiva

A fixidez cognitiva é um estado de espírito em que um objeto ou situação são percebidos de uma maneira específica, com exclusão de qualquer alternativa. Existem vários tipos de fixidez, entre eles:

1.8.6 – Fixidez Funcional

Um termo cunhado pelo cientista social Karl Dunker. Fixidez funcional é a tendência de atribuir funções específicas para os respectivos objetos. Dunker vê fixidez funcional como um “bloqueio mental contra o uso de um objeto em um novo caminho que é necessário para resolver um problema”, conforme descrito em seu teste de desempenho cognitivo, conhecido como o problema da vela.

Um exemplo conhecido de rompimento da fixidez funcional é o “Apontador de Cenouras”, da Monkey Business.

apontador de cenoura
Figura 1.18 – Apontador de Cenouras – Exemplo de quebra da Fixidez Funcional.
Fonte: More Inspiration.

O designer israelense Avichai Tadmor criou este apontador de cenouras, uma cópia em tamanho grande de um apontador de lápis com a finalidade de preparar cenouras para saladas. Denominado Karoto (cenoura em Grego antigo), o dispositivo, desenvolvido para a empresa Monkey Business, pode também ser usado para preparar pepinos e outros vegetais de formato semelhante e está sendo comercializado nas cores preta e laranja.Para maiores detalhes visite: dezeen.com

1.8.7 – Fluidez Estrutural

Esta é a tendência de ver objetos como um todo, como uma Gestalt (percepção global), o que muitas vezes torna difícil imaginar como o produto pode ser reorganizado para ser visto de forma diferente. Por exemplo, até algum tempo atrás, por que os botões de TV sempre tinham que estar na parte inferior do aparelho? Não seria mais fácil se eles estivessem na parte superior?

Quando os aparelhos de televisão foram introduzidos pela primeira vez, os controles eram potenciômetros feitos de material sensível ao calor. O calor, que era emitido pelos tubos de raios catódicos, se dispersava no sentido ascendente, podendo derreter os controles se eles tivessem sido localizados na parte superior. Por isso, eles foram colocados na parte inferior. Mas, desde então, as novas gerações de aparelhos de TV que estão disponíveis utilizam outras tecnologias como LEDs (diodos emissores de luz), deixando de lado os tubos de raios catódicos.

Embora botões físicos visíveis sejam raros nas TVs modernas, no entanto, devido à rigidez das concepções antigas, em muitas TVs os controles ainda se encontram posicionados na parte inferior, um exemplo de Fixidez Estrutural.

1.8.8 – O “Pote de Mel” pode estar perto, mas parece estar longe!

A maioria das ideias para novos produtos são ou sem inspiração ou impraticáveis. Encontrar o “pote de mel” requer um equilíbrio que leva a ideias engenhosas e viáveis. Essa noção foi expressa em um artigo da Harvard Business Review “Finding Your Innovation Sweet Spot”. (8)

Quando inovamos, nós empurramos nosso pensamento para fora, tentando criar algo novo e diferente do que temos agora. No entanto, geralmente nós não queremos ir muito longe. A “grande” ideia deve ser executável e palatável. O princípio do “Pote de Mel” (Near Far Sweet, NFS) assegura que a nossa ideação irá gerar ideias que são suficientemente distantes da nossa situação atual, a fim de serem interessantes mas que, no entanto, estas ideias devem estar perto o suficiente para ativar nossa competência criativa central, a fim de serem viáveis.

O processo de pensamento da SIT utiliza o procedimento estruturado e as Cinco Ferramentas de Pensamento (cf. Item 1.7), a fim de gerar novas formas (produtos virtuais).
Estas formas, se não forem delimitadas, podem levar a um espaço de busca muito amplo, levando o pesquisador para longe das soluções procuradas.
A condição de “mundo fechado” age como um inibidor, certificando-se de que não se caminhe para fora do espaço onde se encontram as soluções, mantendo o profissional ou as equipes de desenvolvimento e inovação na região ideativa do “Pote de Mel”, isto é, da solução.

A abordagem deste modelo para o desenvolvimento de inovações através da SIT se aproxima do desenvolvimento de novos produtos ou artefatos pela identificação e aplicação de determinados regimes bem definidos, derivados de uma análise histórica de tendências baseados em certas características dos produtos, denominados padrões ou modelos. Estes modelos podem contribuir para a compreensão e previsão do novo produto em emergência.

Como vimos, inúmeras atividades organizadas nas empresas visando estimular a criatividade das pessoas tem tradicionalmente envolvido métodos que são voltados para estimular a geração de um grande número de ideias.

A noção de que as recompensas associadas à geração de um grande número de ideias superam os custos pode ser rastreada até os primeiros estudos de campo das metodologias voltadas para inovação. (9)
Em vista do fato de que esse processo tende a ser altamente complexo e informal, os envolvidos na geração de novas ideias podem procurar maneiras de se tornarem mais produtivos à medida que progridem de uma tarefa para outra mediante ideação.
O emprego dos métodos sugeridos pela SIT podem contribuir no sentido de reduzir a amplitude destas investigações.
Estas características das suas formas de procura de soluções para um problema podem ser melhor compreendidas através da figura a seguir. Em brainstorming, o espaço de busca em aberto pode facilmente levar a uma região do pensamento em que a Inércia Psicológica aumenta, afastado-nos da solução procurada.

Como mostrado à direita da Figura 1.19, tanto em TRIZ como em SIT, a conformidade com as leis de evolução dos sistemas técnicos, bem como restrições de design específicas vigentes em um universo de busca mais restrito, podem permitir que se cheguemos mais rapidamente à solução de um problema. 

TRIZ-approach-to-overcome-the-psychological-inertia-in-design
Figura 1.19 – Comparativo entre modos de busca de soluções para problema técnicos em Brainstorming e TRIZ e, por consequência, no modo SIT.

Ref.: “Needs and requirements – How TRIZ may be applied in product-service development” – 2009 – Conference: 2nd Nordic Conference on Product Lifecycle Management –  Marco Bertoni, Åsa Ericson e Tobias C Larsson

1.9 – Na SIT, a Identificação de Padrões em um produto tem início no produto em si.

Algumas pessoas podem ter sucesso na identificação de padrões de invenção que são comuns a diferentes contextos de suas ideias e aplicá-las dentro de uma determinada categoria de produto, ou até mesmo tentar aplicá-las a outras categorias de produtos.

Indivíduos que adotam uma estratégia cognitiva deste modo podem esperar ganhar vantagens sobre os outros que tratam cada tarefa como nova e sem relação com ideação passada. No entanto, mesmo quando se mostram produtivos, os padrões são susceptíveis de ser idiossincráticos, de difícil aceitação e, muitas vezes, nem mesmo podem ser definidos verbalmente.
Como tal, eles não têm permanência e generalização. O conjunto dos métodos e princípios da SIT é construído sobre a tese de que certos padrões são identificáveis, objetivamente verificáveis, amplamente aplicados, e podem ser aprendidos, e que esses padrões, denominados modelos, podem servir como uma ferramenta facilitadora que alimenta os canais do processo de ideação, permitindo que o indivíduo seja mais produtivo e focado. (10)

O processo tradicional de desenvolvimento de novos produtos começa com uma definição das necessidades do mercado. Isso é feito com base na intuição ou na análise de mercado, grupos focais etc. Após a definição das necessidades, é iniciado um processo de desenvolvimento de produtos para atender a essas necessidades.
Este processo se dá segundo o princípio de que “forma segue à função”, expressão literal de que a forma do novo produto é obtida a partir da função que ele tem de desempenhar. Este processo tem algumas desvantagens:

Já afirmamos que a maioria dos clientes tem dificuldade em pensar sobre necessidades ou produtos que não existem. Isto é particularmente verdadeiro para as necessidades que não são vitais, para inovações ditas de ruptura etc.
Por exemplo: quantos clientes pensaram na necessidade possuir um leitor de cassetes compacto e transportável como um Walkman para ouvir músicas ou, mais recentemente, na necessidade de se ter um iPod? E quantos outros imaginariam que a Apple sepultaria seu iPod em função do uso generalizado do iPhone para ouvir músicas, uma de suas funções, e realizar centenas de outras atividades igualmente inovadoras?

Quantos clientes já pensaram sobre a possibilidade de usar a comunicação com a Internet como um meio para realizar chamadas telefônicas, como podemos fazer através WhatsUpp e do Skype?

Para encontrar aqueles clientes que estão pensando em novas necessidades e ou produtos, são necessários levantamentos enormes e muito caros. Mas mesmo se você conseguir encontrá-los, as chances são de que eles não vão estar dispostos a partilhar as suas boas ideias gratuitamente.

Se a necessidade for clara ou fácil de definir, o mais provável é que, pelo menos alguns de seus concorrentes já a terá definido ou eles já estão no processo de abordar a necessidade.

A fim de superar estes problemas, o método SIT sugere que se comece o processo de desenvolvimento do produto a partir do produto em si.
A aplicação de ferramentas do pensamento sistemático na análise do produto pode levar a potenciais novos produtos ou para a definição de novas necessidades. As vantagens deste método são as seguintes:

  • O processo requer apenas uma quantidade limitada de horas e pode ser conduzido na própria empresa;
  • Aplicando o método, ele pode render muitas ideias novas e abrir muitos potenciais de novas necessidades;
  • À medida que os novos produtos são baseados nos antigos, não há grandes mudanças geralmente necessárias na sua produção.

Um dos elementos importantes da SIT é caracterizar o sistema e as variáveis ​​ambientais, isto é, situadas no horizonte próximo.
Depois de ter definido essas variáveis, devemos examinar a correlação entre elas, e também examinar o impacto da manipulação de uma ou mais das variáveis ​​de produto sobre a utilização potencial do “novo” produto.
A metodologia aconselha a analisar como tal mudança afeta a correlação entre o produto e o meio ambiente e se os clientes irão querer usar um produto desse tipo.

HBR

Para mais informações sobre SIT, recomendamos uma leitura do artigo publicado na Harvard Business Review, no exemplar de março de 2003, escrito por autores israelenses que com suas pesquisas deram origem ao método:

Finding Your Innovation Sweet Spot”, de Jacob GoldenbergRoni HorowitzAmnon Levav e David Mazursky

1.10 – SIT em Universidades e Escolas de Negócios

A SIT (Systematic Inventive Thinking) ou o Pensamento Inventivo Sistemático é ensinado em várias universidades e escolas de negócios em todo o mundo. Sua metodologia é mais frequentemente ensinada através de programas de inovação, em cursos de Administração de Empresas, Comercialização, Propaganda, Marketing, Desenvolvimento Organizacional, Cursos de Liderança e Estudos de Gestão.

Na Internet, o principal centro de consultoria e treinamento em SIT é o site www.sitsite.com, que fornece todas as informações para uso eficiente desta elegante e sucinta metodologia para inovar.
Para comunicar-se com o autor destas notas acesse o e-mail: sylvioss@gmail.com

1.11 – Referências

(1) Goldenberg, J; Lehmann D; Mazursky D (2001). “The idea itself and the circumstances of its emergence as predictors of new product success”. Management Science: 69–84.
(2) Marshak Y; Glenman T; Summers R. (1967). Strategy for R&D Studies in Microeconomics of Development. New York: Springer-Verlag.
(3) Connolly T; Routhieaux R. L; Schneider, S. K (1993). On the effectiveness of groups brainstorming: test of one underlying cognitive mechanism. Small Group Research. pp. 490–503.
(4) Paulus, B.P (1993). “Perception of performance in group brainstorming: the illusion of group productivity”. Personality and Social Psychology Bulletin.
(5) Goldenberg, J; Mazursky D, Solomon S (1999). “Creative Sparks”. Science 285: 1495–1496. doi:10.1126/science.285.5433.1495.
(6) Horowitz, R. “Creative Problem Solving In Engineering Design” (PDF).
(7) Goldenberg, J (2002). “2-3”. Creativity-Product-Innovation. Cambridge University Press.
(8) Goldenberg, J; Levav A; Mazursky D; Solomon S (March 2003). “Finding your Innovation Sweet Spot”. Harvard Business Review.
(9) Levav A; Stern Y (2005). “The DNA of Ideas” (PDF). Bio-IT World Magazine.
(10) Goldenberg, J; Mazursky D; Solomon S (1999). “Toward identifying the inventive templates of new products: A channeled ideation approach” (PDF). Journal of Marketing Research.
(11) Inovação em Prática: http://www.innovationpractice.com

NOTAS

1 – Algumas partes deste texto foram adaptadas da Wikipedia (*): http://en.wikipedia.org/wiki/Systematic_inventive_thinking

2 – Agradeço em especial a meu colega Eng. Bruno Cavalcante por ter desenhado a Figura 1.1 deste tutorial, assim como por numerosos exemplos e particularidades da SIT em relação aos Princípios, Item 1.8. Seu endereço na Internet é: hdc.bruno@gmail.com

(*) Esta página faz uso da Creative Commons Licensed Content da Wikipedia